quarta-feira, 28 de abril de 2010
Croqui
O trabalho do arquiteto é muito amplo e envolve muitas etapas e muitos arquitetos trabalham de formas e em atividades diferentes uns dos outros. Dependendo do nível do arquiteto, ele acaba somente indicando o caminho e guiando seus funcionários também arquitetos, como uma orquestra para que suas ideias tomem forma. Esses geralmente são os donos dos escritórios. Outros trabalham com o computador, desenhando vários tipos de desenhos na elaboração dos projetos e geralmente trabalham em escritórios de outros arquitetos ou em empresas. Tem o arquiteto autônomo, que às vezes trabalha sozinho ou tem ajuda de alguém. O arquiteto pode ser mais racional, mais metódico, mais objetivo. Ou pode ser mais artista, mais emocional e mais criativo. Vai depender da personalidade e da vivência de cada um. Existem muitos tipos de arquitetos.
O projeto pode ser o elemento que une todos os arquitetos. O projeto é a construção de uma ideia. Pode ser um edifício, uma sala de tv, um restaurante ou até uma casinha de cachorro. Tudo se inicia com uma ideia. E os arquitetos tem essas ideias iniciais. Por isso que são contratados, para ajudarem as pessoas a concretizarem seus sonhos e desejos através de sugestões que irão surgir após o entendimento dos desejos dos clientes.
E como essas sugestões iniciais surgem? Não tem regra. Devem ter muitos que precisam de um tempo até que ela apareça, outros acordam durante a noite para rabiscar, outros veem muitos livros e revistas para se inspirarem e outros apenas tem a ideia quase que instantaneamente. Além de outras mil formas que podem existir.
Uma ferramenta muito importante para ajudar na busca da ideia inicial e que contribui muito para a ordenação dos pensamentos e soluções do arquiteto em relação ao projeto, é o croqui. Um desenho ou rabisco, às vezes simples, às vezes complicado, com um jeito infantil, ou com traços mais maduros, mais limpo ou mais sujo. Em papel branco ou guardanapo. Não importa. Dá prazer croquisar.
O croqui atravessa as gerações de arquitetos. São verdadeiras marcas. Um exemplo é Oscar Niemeyer. Seus croquis se resumem a pequenos traços e curvas que traduzem de uma maneira simples e elegante o resultado final da obra. Verdadeiras obras de arte que são automaticamente reconhecidas por todos como sendo feitos por ele.
O croqui é libertador. Um desenho livre, leve e solto, onde o arquiteto pode arriscar mais, pensar sem barreiras, viajar. Não precisa apagar, usar borracha ou delimitar uma área no papel. Ele pode ultrapassar os limites do conhecido, pode usar cores, fazer sombras, brincar com as formas feito criança. Simplesmente relaxar.
Parece que já está tudo ali, representado com a textura do grafite 6b ou com a cor da caneta pantone. Alguns croquis saem com um entendimento perfeito logo de cara, outros podem precisar de uma aparada, onde se pode usar um papel vegetal em cima, para receber novos rabiscos com base no croqui inicial que ficará embaixo do papel vegetal.
Mas o croqui, durante o processo projetual do arquiteto, não precisa ser entendido por ninguém, apenas pelo arquiteto que o criou, como uma parte da etapa de concepção, que terá outros vários croquis. A não ser que o objetivo do arquiteto seja usá-lo também para explicar a ideia ao cliente. Nesse caso o croqui deverá ser mais elaborado. Mas o verdadeiro objetivo é dar vida ao pensamento, colocá-lo vivo no papel que antes era vazio. Fazer nascer a ideia.
A concepção do projeto, a meu ver, é uma das partes mais interessantes do trabalho do arquiteto, juntamente com a conclusão do trabalho, onde a idéia iniciada no croqui surge aos nossos olhos concretizada.
No croqui estão as respostas. É a base da arquitetura. Croqui é desenho. São duas palavras fáceis de falar. Elas saem da nossa boca de uma forma suave. A palavra desenho é mais leve, suave, lembra uma colina verde gramada com uma leve brisa batendo e balançando os pequenos ramos de flores. Já a palavra croqui é divertida, parece biscoito, brincadeira de criança. É a semente que brota na folha e transforma o mundo em volta como ouve-se bem na música Aquarela de Toquinho: “E com cinco ou seis retas, é fácil fazer um castelo...”
Alguns croquis de casas e espaços interiores:
O projeto pode ser o elemento que une todos os arquitetos. O projeto é a construção de uma ideia. Pode ser um edifício, uma sala de tv, um restaurante ou até uma casinha de cachorro. Tudo se inicia com uma ideia. E os arquitetos tem essas ideias iniciais. Por isso que são contratados, para ajudarem as pessoas a concretizarem seus sonhos e desejos através de sugestões que irão surgir após o entendimento dos desejos dos clientes.
E como essas sugestões iniciais surgem? Não tem regra. Devem ter muitos que precisam de um tempo até que ela apareça, outros acordam durante a noite para rabiscar, outros veem muitos livros e revistas para se inspirarem e outros apenas tem a ideia quase que instantaneamente. Além de outras mil formas que podem existir.
Uma ferramenta muito importante para ajudar na busca da ideia inicial e que contribui muito para a ordenação dos pensamentos e soluções do arquiteto em relação ao projeto, é o croqui. Um desenho ou rabisco, às vezes simples, às vezes complicado, com um jeito infantil, ou com traços mais maduros, mais limpo ou mais sujo. Em papel branco ou guardanapo. Não importa. Dá prazer croquisar.
O croqui atravessa as gerações de arquitetos. São verdadeiras marcas. Um exemplo é Oscar Niemeyer. Seus croquis se resumem a pequenos traços e curvas que traduzem de uma maneira simples e elegante o resultado final da obra. Verdadeiras obras de arte que são automaticamente reconhecidas por todos como sendo feitos por ele.
O croqui é libertador. Um desenho livre, leve e solto, onde o arquiteto pode arriscar mais, pensar sem barreiras, viajar. Não precisa apagar, usar borracha ou delimitar uma área no papel. Ele pode ultrapassar os limites do conhecido, pode usar cores, fazer sombras, brincar com as formas feito criança. Simplesmente relaxar.
Parece que já está tudo ali, representado com a textura do grafite 6b ou com a cor da caneta pantone. Alguns croquis saem com um entendimento perfeito logo de cara, outros podem precisar de uma aparada, onde se pode usar um papel vegetal em cima, para receber novos rabiscos com base no croqui inicial que ficará embaixo do papel vegetal.
Mas o croqui, durante o processo projetual do arquiteto, não precisa ser entendido por ninguém, apenas pelo arquiteto que o criou, como uma parte da etapa de concepção, que terá outros vários croquis. A não ser que o objetivo do arquiteto seja usá-lo também para explicar a ideia ao cliente. Nesse caso o croqui deverá ser mais elaborado. Mas o verdadeiro objetivo é dar vida ao pensamento, colocá-lo vivo no papel que antes era vazio. Fazer nascer a ideia.
A concepção do projeto, a meu ver, é uma das partes mais interessantes do trabalho do arquiteto, juntamente com a conclusão do trabalho, onde a idéia iniciada no croqui surge aos nossos olhos concretizada.
No croqui estão as respostas. É a base da arquitetura. Croqui é desenho. São duas palavras fáceis de falar. Elas saem da nossa boca de uma forma suave. A palavra desenho é mais leve, suave, lembra uma colina verde gramada com uma leve brisa batendo e balançando os pequenos ramos de flores. Já a palavra croqui é divertida, parece biscoito, brincadeira de criança. É a semente que brota na folha e transforma o mundo em volta como ouve-se bem na música Aquarela de Toquinho: “E com cinco ou seis retas, é fácil fazer um castelo...”
Alguns croquis de casas e espaços interiores:
(autor do texto e croquis: Rick)
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Dubai - cidade do futuro?
Nos dias de hoje, quando vejo a lotação esgotada das grandes cidades, a quantidade de informação e a velocidade que essa informação é ultrapassada por outra mais nova, fico meio assustado. Esse problema me faz pensar nas pessoas no mundo todo, na nossa criação como seres humanos, na relação entre os povos e diferentes culturas e principalmente na absurda e real desigualdade social e ecônomica entre todos nós. Em muitos lugares pessoas não tem o que comer, não tem acesso a água e vivem sem expectativa de melhora nas suas vidas. Afinal somos todos humanos, portanto da mesma espécie. Só porque uns tem qualidade de vida e outros são miseráveis, não quer dizer que somos diferentes. Mas é difícil falar sobre esse assunto porque são infinitas as opiniões. Uns dizem que a culpa é dos governos, outros que a culpa é do povo mesmo, tanto ricos quanto pobres, que o mundo nunca vai mudar. E essa informação toda que chega diariamente? Pra onde vai? Será que apenas uma micro fatia da humanidade consegue vê-la? Pra que isso tudo então , se o básico tá faltando e a população está aumentando? Muita gente se sente incapaz de fazer algo pra mudar isso tudo. Mas se pensarmos que as maiores quantias de dinheiro do mundo estão aplicadas em armas, drogas e guerras, fica mais fácil entender o porque do mundo estar quase um lixão, se já não está.
Cidades como Dubai aparecem aos olhos do mundo com uma imagem de cidade futurística apoiada em uma forte e abrangente propaganda de sua arquitetura ultra moderna, através dos meios de comunicação, como a internet. A arquitetura sempre foi usada pelos governos como uma forma de mostrar poder ao povo e conseguir o respeito de outras nações. Mas até que ponto essa atitude é boa para a população e para o desenvolvimento destas cidades? E como deve ser o olhar do mundo para esses empreendimentos bilionários e suntuosos dentro de uma situação nada harmoniosa em que a humanidade se encontra? A maioria da população mundial não tem acesso a essa arquitetura ou simplesmente não liga. Uma arquitetura para os ricos, para grandes empresas. Criam-se aqueles aglomerados de altas torres, cada uma com uma arquitetura mais chamativa do que a outra, numa espécie de ringue, onde um prédio tenta nocautear o outro ao seu lado. A regra é ignorar o entorno e supervalorizar a arquitetura para aparecer mais. Na base desses aglomerados criam-se luxuosas marinas com iates desempenhando o mesmo papel dos edifícios. Linhas de metrô suspensas, ao ar livre, e longas estradas tipo highways americanas cortam a paisagem dando a idéia de modernidade. Grandes aterros em forma de palmeiras e mapa mundi empurram as águas do mar da arábia para abrigar grandes mansões, criando um mega condomínio de luxo onde até celebridades mundiais ganharam casas de presente do sheik, para fazer propaganda do empreendimento. Imagina quanta terra foi usada nesses aterros. Sem esquecer do maior shopping do mundo, com estação de ski indoor e a maior torre do mundo, cuja arquitetura não tem o charme do Impire State, na minha opinião.
Fico pensando sobre tudo isso e não vejo como essa cidade pode ser usada, compartilhada ou simplesmente vivida. Onde estão as pessoas? Cadê as calçadas? Será que tem realmente um imenso volume de homens de negócios para usarem todos esses prédios? E a dívida do sheik?
Planejar uma cidade deve ser um dos maiores desafios para o homem, pois existe o fator comportamental humano, o imprevisto e tudo que não podemos prever com exatidão. Por mais que existam muitos especialistas e estudos relacionados ao tema, nunca dá pra saber exatamente como o homem vai interagir com o meio urbano criado. Ainda mais uma cidade criada com base na propaganda para outros países. Empresas de diversos países se instalam em Dubai. Cadê o povo árabe que não é multimilionário? Ficarão nas periferias da cidade? Jogadas no restante de deserto?
É estranho imaginar Dubai sendo vivida do mesmo jeito como vemos nas perspectivas dos projetos megalomaníacos, onde muitas pessoas locais e executivos estrangeiros desfrutam do mesmo ambiente com aquele clima de “money and business” cordial e produtivo, sem mendigos pedindo esmolas, sem assaltos, sem sujeira nas ruas, com famílias árabes e estrangeiras confraternizando nas áreas públicas, todos respeitando os limites de velocidade com seus carrões, praias artificiais lotadas de turistas e um clima de “somos o futuro do mundo”. Posso até estar errado agora, mas não acredito nisso. Temos que esperar uns 50 anos e ver como foi.
Todas as fotos acima foram tiradas em Dubai em outubro de 2009. A foto abaixo foi tirada na Cidade do Panamá em maio de 2009. A orla central desta cidade apresenta grandes canteiros de obra em ritmo acelerado, com vários hotéis, edifícios comerciais e residenciais sendo construídos. É um contraste grande com o restante do litoral e interior do país, sem grandes desenvolvimentos e com a população local mais pobre.
Existe uma relação com Dubai, se olharmos a quantidade de empreendimentos, a velocidade das construções e o contraste com o restante do país.
Cidades como Dubai aparecem aos olhos do mundo com uma imagem de cidade futurística apoiada em uma forte e abrangente propaganda de sua arquitetura ultra moderna, através dos meios de comunicação, como a internet. A arquitetura sempre foi usada pelos governos como uma forma de mostrar poder ao povo e conseguir o respeito de outras nações. Mas até que ponto essa atitude é boa para a população e para o desenvolvimento destas cidades? E como deve ser o olhar do mundo para esses empreendimentos bilionários e suntuosos dentro de uma situação nada harmoniosa em que a humanidade se encontra? A maioria da população mundial não tem acesso a essa arquitetura ou simplesmente não liga. Uma arquitetura para os ricos, para grandes empresas. Criam-se aqueles aglomerados de altas torres, cada uma com uma arquitetura mais chamativa do que a outra, numa espécie de ringue, onde um prédio tenta nocautear o outro ao seu lado. A regra é ignorar o entorno e supervalorizar a arquitetura para aparecer mais. Na base desses aglomerados criam-se luxuosas marinas com iates desempenhando o mesmo papel dos edifícios. Linhas de metrô suspensas, ao ar livre, e longas estradas tipo highways americanas cortam a paisagem dando a idéia de modernidade. Grandes aterros em forma de palmeiras e mapa mundi empurram as águas do mar da arábia para abrigar grandes mansões, criando um mega condomínio de luxo onde até celebridades mundiais ganharam casas de presente do sheik, para fazer propaganda do empreendimento. Imagina quanta terra foi usada nesses aterros. Sem esquecer do maior shopping do mundo, com estação de ski indoor e a maior torre do mundo, cuja arquitetura não tem o charme do Impire State, na minha opinião.
Fico pensando sobre tudo isso e não vejo como essa cidade pode ser usada, compartilhada ou simplesmente vivida. Onde estão as pessoas? Cadê as calçadas? Será que tem realmente um imenso volume de homens de negócios para usarem todos esses prédios? E a dívida do sheik?
Planejar uma cidade deve ser um dos maiores desafios para o homem, pois existe o fator comportamental humano, o imprevisto e tudo que não podemos prever com exatidão. Por mais que existam muitos especialistas e estudos relacionados ao tema, nunca dá pra saber exatamente como o homem vai interagir com o meio urbano criado. Ainda mais uma cidade criada com base na propaganda para outros países. Empresas de diversos países se instalam em Dubai. Cadê o povo árabe que não é multimilionário? Ficarão nas periferias da cidade? Jogadas no restante de deserto?
É estranho imaginar Dubai sendo vivida do mesmo jeito como vemos nas perspectivas dos projetos megalomaníacos, onde muitas pessoas locais e executivos estrangeiros desfrutam do mesmo ambiente com aquele clima de “money and business” cordial e produtivo, sem mendigos pedindo esmolas, sem assaltos, sem sujeira nas ruas, com famílias árabes e estrangeiras confraternizando nas áreas públicas, todos respeitando os limites de velocidade com seus carrões, praias artificiais lotadas de turistas e um clima de “somos o futuro do mundo”. Posso até estar errado agora, mas não acredito nisso. Temos que esperar uns 50 anos e ver como foi.
Todas as fotos acima foram tiradas em Dubai em outubro de 2009. A foto abaixo foi tirada na Cidade do Panamá em maio de 2009. A orla central desta cidade apresenta grandes canteiros de obra em ritmo acelerado, com vários hotéis, edifícios comerciais e residenciais sendo construídos. É um contraste grande com o restante do litoral e interior do país, sem grandes desenvolvimentos e com a população local mais pobre.
Existe uma relação com Dubai, se olharmos a quantidade de empreendimentos, a velocidade das construções e o contraste com o restante do país.
(autor do texto e fotos: Rick)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
CASAS BRANCAS
A mente não tem fundo
Sonhos surgem desta imensidão
Como gaivotas
Como casas brancas
Casas brancas lembram paz
E despertam a curiosidade
Nos mostram a luz
chamam atenção pra sombra
Sonhos surgem desta imensidão
Como gaivotas
Como casas brancas
Casas brancas lembram paz
E despertam a curiosidade
Nos mostram a luz
chamam atenção pra sombra
Lembram Grécia ou Cadaqués
Procuram o Mediterrâneo
Lembram açúcar em cubinhos
Lembram quadros
Lembram aipim ou bruschetta
Procuram o Mediterrâneo
Lembram açúcar em cubinhos
Lembram quadros
Lembram aipim ou bruschetta
vinho branco pra acompanhar
Interagem com o mar azul
Recebem brisas
Lembram o azul que cobre o mundo
Os oceanos, o céu, os olhos das pessoas
Do espaço que abraça a Terra
Liberar casas brancas ajuda a ver
O azul que as cerca.
Interagem com o mar azul
Recebem brisas
Lembram o azul que cobre o mundo
Os oceanos, o céu, os olhos das pessoas
Do espaço que abraça a Terra
Liberar casas brancas ajuda a ver
O azul que as cerca.
(texto e desenho: Rick / maio de 2002)
Palestra arquiteto Isay Weinfeld
Casa do Saber – Ipanema – RJ
24-11-2009
Isay diz que arquiteto não precisa saber desenhar. Ele diz que não sabe desenhar. Mas Isay sabe criar. Ele cria uma arquitetura calma com grandes surpresas junto com a equipe de seu escritório. Uma equipe que ele admira e que o ajuda a escrever o roteiro de sua trajetória nesses longos anos de trabalho. Como um filme ele conta histórias, cria cenários, surpreende e emociona.
Sentado na cadeira em frente a tela de projeção, em uma sala escura, ele mostra suas influências. Cenas de filmes de Fellini e Bergman, trechos de músicas clássicas, fotos de pinturas e esculturas. Um passeio com emoção proporcionada pela beleza e harmonia de suas escolhas. O tempo parece parar diante de tanta coerência. Apenas imagens e músicas. Uma pausa no mundo. Mostra as fotos de seus trabalhos de arquitetura sem falar uma palavra. O silêncio junto com as imagens já bastam para exprimir tanta sensibilidade e genialidade. Não há erros, apenas acertos.
A sua arquitetura parece a trilha sonora de um filme, às vezes preto e branco, às vezes colorido, que canaliza os conceitos e gostos pessoais de um arquiteto cineasta. A busca da beleza se materializa em cores, escadas helicoidais, volumes e espaços interiores com diferentes texturas, além de uma iluminação e mobiliário que não fazem nenhuma questão de criarem dúvidas em relação as escolhas presentes em seus projetos.
Isay não gosta de se repetir. Ele quer o novo desafio. O novo projeto. Se fizer uma parede vermelha em um prédio, colocará uma parede amarela no próximo. Seu desejo como arquiteto pode ser projetar um posto de gasolina ou até um bordel. Se for fazer um projeto, prefere fazer desde a concepção da forma até o design do botão da campainha. Para ele o que vale é o novo, o que surpreende. O fora do comum. O fora de estilo definido. Gosta de passear pela margem e não no centro da fama que muitos arquitetos fazem de tudo para estar. É fiel de si mesmo e de suas referências. Fiel a sua vida.
Isay nos mostra que a arquitetura não precisa ser prioridade na vida de um arquiteto para ele ser brilhante. Arquitetos devem viver a vida, fazer o que gostam, ver filmes, escutar musica, apreciar outras artes e respirar outros ares. Niemeyer também diz que a vida é mais importante. Olhar a natureza. A arquitetura precisa se alimentar de arte. O arquiteto não deve se levar a sério. Acha que a arquitetura, acima de tudo, precisa de humor. O arquiteto precisa de humor. O arquiteto precisa conhecer desde a relação do indivíduo com seu criado mudo ao lado de sua cama até a relação do edifício com a cidade.
Trabalha duro para chegar na solução final de um projeto, mas sente um imenso prazer nesse trabalho. Faz de sua vida e seu trabalho uma grande inspiração para jovens estudantes e arquitetos que sonham um dia poderem ter a capacidade de combinar idéias e realidade para criar uma arquitetura de sonho como parte garantida do filme da vida de cada um.
24-11-2009
Isay diz que arquiteto não precisa saber desenhar. Ele diz que não sabe desenhar. Mas Isay sabe criar. Ele cria uma arquitetura calma com grandes surpresas junto com a equipe de seu escritório. Uma equipe que ele admira e que o ajuda a escrever o roteiro de sua trajetória nesses longos anos de trabalho. Como um filme ele conta histórias, cria cenários, surpreende e emociona.
Sentado na cadeira em frente a tela de projeção, em uma sala escura, ele mostra suas influências. Cenas de filmes de Fellini e Bergman, trechos de músicas clássicas, fotos de pinturas e esculturas. Um passeio com emoção proporcionada pela beleza e harmonia de suas escolhas. O tempo parece parar diante de tanta coerência. Apenas imagens e músicas. Uma pausa no mundo. Mostra as fotos de seus trabalhos de arquitetura sem falar uma palavra. O silêncio junto com as imagens já bastam para exprimir tanta sensibilidade e genialidade. Não há erros, apenas acertos.
A sua arquitetura parece a trilha sonora de um filme, às vezes preto e branco, às vezes colorido, que canaliza os conceitos e gostos pessoais de um arquiteto cineasta. A busca da beleza se materializa em cores, escadas helicoidais, volumes e espaços interiores com diferentes texturas, além de uma iluminação e mobiliário que não fazem nenhuma questão de criarem dúvidas em relação as escolhas presentes em seus projetos.
Isay não gosta de se repetir. Ele quer o novo desafio. O novo projeto. Se fizer uma parede vermelha em um prédio, colocará uma parede amarela no próximo. Seu desejo como arquiteto pode ser projetar um posto de gasolina ou até um bordel. Se for fazer um projeto, prefere fazer desde a concepção da forma até o design do botão da campainha. Para ele o que vale é o novo, o que surpreende. O fora do comum. O fora de estilo definido. Gosta de passear pela margem e não no centro da fama que muitos arquitetos fazem de tudo para estar. É fiel de si mesmo e de suas referências. Fiel a sua vida.
Isay nos mostra que a arquitetura não precisa ser prioridade na vida de um arquiteto para ele ser brilhante. Arquitetos devem viver a vida, fazer o que gostam, ver filmes, escutar musica, apreciar outras artes e respirar outros ares. Niemeyer também diz que a vida é mais importante. Olhar a natureza. A arquitetura precisa se alimentar de arte. O arquiteto não deve se levar a sério. Acha que a arquitetura, acima de tudo, precisa de humor. O arquiteto precisa de humor. O arquiteto precisa conhecer desde a relação do indivíduo com seu criado mudo ao lado de sua cama até a relação do edifício com a cidade.
Trabalha duro para chegar na solução final de um projeto, mas sente um imenso prazer nesse trabalho. Faz de sua vida e seu trabalho uma grande inspiração para jovens estudantes e arquitetos que sonham um dia poderem ter a capacidade de combinar idéias e realidade para criar uma arquitetura de sonho como parte garantida do filme da vida de cada um.
(texto: Rick)
Início...
De vez em quando tenho vontade de escrever sobre alguns assuntos relacionados a lugares que visitei, lugares que estou, arquitetura, arquitetos que admiro, coisas que gosto e até sobre tudo que de repente surge e desperta um desejo de escrever...isso mesmo, simplesmente escrever. O único problema é que não sou escritor e não sei se o que escrevo está bom ou não, está certo ou errado, tem fundamento ou não...Mas com o blog posso escrever quando tiver vontade sobre o que vier na cabeça. Muitos blogs são abertos e abandonados depois..Espero escrever muito por aqui e permanecer por muito tempo falando de lugares, arquitetura e outras coisas..colocando fotos e desenhos de minha autoria também...
Ricardo Alves de Almeida - arquiteto
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